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TRENDS

A arte de exagerar com estilo

Data de publicação: 09.07.2025

Texto original por Nora Santonastaso

O maximalismo é também a arte de sobrepor camadas, recuperar elementos e brincar com cores e texturas. Estamos a falar de uma tendência que projecta espaços cheios de vida, tornando-os lúdicos e envolventes. É uma expressão da necessidade de calor e confiança, tanto no presente como no futuro.

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©

Frederic Ducout Photography

Cores, texturas e a mistura entre o novo e o vintage são algumas das principais características do estilo maximalista, que hoje contrasta com a pureza dos espaços minimalistas.

Nos últimos anos, o design de interiores foi dominado por uma longa fase de minimalismo, paleta de cores neutras e espaços essenciais. Hoje, no entanto, a tendência começa a mudar: a cor está de volta, juntamente com uma estética mais ousada e com mais camadas. O maximalismo, com a sua celebração da abundância, dos padrões e dos contrastes de cor, está a recuperar terreno em casas e ambientes de design.

O maximalismo não é apenas uma estética ou uma tendência no design de interiores, mas uma filosofia que valoriza a individualidade e a liberdade de expressão, permitindo inspirar-se em fontes muito distantes e diferentes. Ao contrário do minimalismo, que procura a redução — o famoso “menos é mais” — e a simplicidade, o maximalismo abraça a riqueza visual: cores vibrantes, combinações de texturas, objectos decorativos e mobiliário que conta histórias.

O objectivo comunicativo e expressivo passa por contar uma história pessoal, construída através de sobreposições, justaposições e — por que não? — a capacidade de desdramatizar e divertir-se.

Como tantas vezes — talvez sempre — acontece, os motivos pelos quais uma tendência ganha protagonismo não estão apenas nos aspectos concretos do design. Estão antes relacionados com as necessidades psicológicas mais profundas, ligadas ao aqui e agora, ao contexto, à era em que vivemos e partilhamos.

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© Freepik

A cor e a combinação de diferentes tonalidades geram emoções e sensações específicas, determinando a forma como nos relacionamos com um espaço interior.

Neste sentido, o maximalismo — após anos de ambientes dominados por branco, bege e cinzento — representa uma procura por espaços mais envolventes, acolhedores e vibrantes, associando a comunicabilidade da cor à busca de segurança e, num sentido mais amplo, de confiança no presente e no futuro. As cores influenciam o nosso humor e bem-estar: tonalidades fortes como o verde-esmeralda, o azul profundo ou o vermelho terracota evocam emoções, energia e carácter.

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© Marc-Antoine Wynant, Marcant Home, Lounge Area, Belgium in 2018 © Frederic Ducout Photography

A sobreposição de padrões e texturas e a justaposição de cores evocam uma imagem de riqueza e abundância, espelhando a tendência do maximalismo.

Outro traço distintivo do maximalismo no design de interiores é o uso criativo de padrões e materiais. Estampados florais, padrões geométricos e texturas com forte apelo táctil coexistem em harmonia, dando origem a espaços únicos e facilmente reconhecíveis. No entanto, há uma forma de evitar cair no excesso sem critério: o segredo está em combinar diferentes elementos sem gerar confusão visual, utilizando uma paleta coerente ou um elemento dominante que organize o ambiente com um fio condutor claro.

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© Tanya Prodaan / Unsplash

Um dos ingredientes do estilo maximalista é o vintage: móveis e acessórios podem ser encontrados em lojas ou feiras de antiguidades.

O maximalismo implica também o uso de móveis com formas suaves e generosas, inspiradas nas décadas de 60 e 70. Sofás curvilíneos, poltronas almofadadas, tapetes macios e materiais como o veludo e o tecido bouclé estão de volta para criar espaços acolhedores e confortáveis. Estes elementos, com o seu aspecto envolvente, ajudam a tornar os interiores mais dinâmicos e acolhedores, equilibrando a intensidade cromática e a expressividade com uma sensação de calor e bem-estar.

No entanto, os interiores maximalistas também fazem referência a épocas como o Barroco, a Art Déco e o design eclético do século XX, reinterpretando-os à luz de uma estética contemporânea. Com o crescente interesse pelo vintage e a recuperação de mobiliário de época, esta tendência parece destinada a manter-se; pelo menos por agora. Volte a falar connosco dentro de alguns anos...

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